Temos falas recorrentes em sala de aula com alguns alunos que demonstram desinteresse, que não mobiliza nenhuma ação para aprender e muitas vezes afirmamos "Nossa! Ele é muito preguiçoso". Mas será que é mesmo preguiça? Em minha próxima postagem vou estar trazendo reflexões a respeito dessa temática.
Mel Levine autora do livro Será que é Preguiça? Estimule a autoconfiança do seu filho, por muito tempo foi meu livro não de cabeceira mas, sim da mesa do trabalho. Toda as vezes que eu escutava um professor ou um pai ou mãe repetindo "é preguiça dele", eu logo pegava esse livro e mostrava e questionava "Será que é preguiça mesmo?
De acordo com essa autora, a preguiça não é inata, isto é não nascemos com ela, na verdade é inata em nós o impulso para produzir algo. As nossas maiores conquistas são experimentadas e demonstradas a partir do que conseguimos fazer com o nosso cognitivo e com as mãos. Desde a infância à fase adulta, temos um grande desejo de mostrar o que somos capazes de fazer. Conquista e aprovação, aceitação e respeito dos outros e de nós mesmos são grandes ganhos de energia positiva e que nos alimentam e nos sentimos orgulhosos com isso. Ter orgulho de nós mesmos, ajuda nos sentirmos com autoestima elevada e com isso o sucesso fica evidente . Nos criticamos o tempo todo e quando deixamos de produzir ou de buscar essa autorrealização, não somos preguiçosos, só sofremos de insuficiência de rendimento.
Muitos alunos lutam com problema do seu aprendizado, manisfestam problemas com a leitura e a e escrita com o raciocínio lógico matemático. Seus problemas serão negligenciados sempre que a nossa justificativa se resume em afirmar que o aluno é preguiçoso. Quando chamamos um aluno de preguiçoso, condenamos um ser humano, pois todos desejam ser produtivos e ter sucesso.
Tudo faz parte de uma busca natural tanto do reconhecimento como de satisfação pessoal. Portanto, quando o rendimento de alguém é muito baixo, não devemos acusar nem culpar essa pessoa. Ao contrário, devemos nos perguntar o que pode estar atrapalhando seu rendimento, obstruindo seu tendência inata a realizar as coisas. LEVINE, Mel
Vim aqui perturbar um pouco =)
ResponderExcluirVamos lá, como ex-aluno e eterno aluno (porque ser professor não é pra todo mundo), eu posso dizer algumas coisas:
1 - É preguiça sim. Eu era preguiçoso pra caramba e poucos professores me faziam prestar atenção. A questão é: qual a origem da preguiça?
2 - É preguiça sim. Mas como evitá-la? Quando você entrava na sala (pra substituir algum professor ou mostrar suas habilidades como ambidestra) ninguém se atrevia a ficar conversando, dormindo ou fazendo zona. Você era a "Coordenadora" e isso conseguia impor uma presença diferente sobre os alunos. Mas acho que mesmo se não fosse, você conseguiria impor da mesma forma essa presença. Acho que é uma questão de limitar também até onde o aluno pode ser livre pra fazer o que quer e até onde ele tem que abaixar a cabeça e obedecer o professor.
3 - Comunicação - Conversar com o aluno coloca ele em foco e desconstrói o fator "fico quieto que ninguém vê". A interação (não invasiva e sem intimidades) com o aluno faz com que ele possa dar alguma dica sobre o que possa estar acontecendo. Você costumava explicar por que a gente estava (tão) errado.
4 - Lembro-me da frase: "O aluno que escolhe o que quer aprender, não é o professor que escolhe o que quer ensinar"... Algumas questões: o professor pensa na própria metodologia? O professor estuda para aprender novas formas de se tornar mais didático? O professor conhece a linguagem do aluno? O professor sabe diferenciar "ser respeitado" de "impor respeito"?
É isso =) vim aqui só jogar lenha na fogueira.
Shiro
Gostei da sua visita Tayshiro e da sua contribuição como aluno. Sim, alguns professores pensam em sua metodologia, principalmente quando se depara com resultados tão ruins em sua sala principalmente nas avaliações, pois são esses instrumentos que nos dá o retorno do ensino. Tive o privilégio de trabalhar com os três segmentos: Ensino Fundamental I e II e Ensino Médio. E já presenciei alguns professores revendo a sua prática em sala e buscando apoio técnico para melhorar a sua aula. O tráfico entre o que falo e o que ouço dessas duas gerações tão distintas que possam estar, podem ter ruídos como também podem fluir de maneira tão próxima. Se fazer entender depende da disponibilidade do outro em entender. E por fim, ser respeito e impor respeito é uma questão muito preocupante nessa relação professor e aluno. Muitas vezes o professor tem uma postura mais de imposição, pois se apodera dessa relação de poder que está impregnado na figura do professor em relação ao aluno, como também do adulto à criança e ao adolescente. Acredito que respeito se conquista e não se impõe. Aquele que o impõe, há medo nessa relação e não o respeito.
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